Em ato que antecede Dia do Trabalhador, Lula recebe carta de centrais sindicais
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Ocorreu nesta terça-feira (29), em Brasília/DF, a 2º Marcha da Classe Trabalhadora, ato que antecede o 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, e faz parte da Jornada Nacional de Lutas da Classe Trabalhadora. A marcha foi organizada pelas centrais sindicais Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Intersindical, Pública e Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Os sindicalistas entregaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário, com uma série de reivindicações –entre elas:
Fim da escala 6x1, com a substituição, em cada setor econômico e categoria profissional, por jornadas que promovam melhores condições de trabalho e de vida, eliminando escalas que intensificam a precarização laboral;
Aprovação do Projeto de Valorização da Negociação Coletiva no Setor Privado e Público (Convenção 151 da OIT) e de Atualização do Sistema Sindical, fundado na autonomia sindical, visando incentivar as negociações coletivas, promover solução ágil dos conflitos, garantir os direitos trabalhistas, assegurar o direito de greve e coibir as práticas antissindicais, favorecendo a reestruturação da organização sindical para ampliar a representatividade e a organização em todos os níveis, estimulando a cooperação sindical entre os trabalhadores e o respeito às assembleias, inclusive com o financiamento solidário e democrático da estrutura sindical;
Retomar a política de valorização do salário mínimo em sua totalidade, como instrumento de distribuição de renda, combate à pobreza e estímulo ao desenvolvimento econômico;
Implementação da Política Nacional de Cuidados, reconhecendo o cuidado como direito, trabalho e pilar fundamental da proteção social, com ações articuladas entre Estado, famílias e comunidade para garantir igualdade de gênero, inclusão social e bem-estar coletivo.
Ao todo, a carta possui 26 pontos, divididos em três eixos: “Sindicatos, legislação e direitos trabalhistas”; “Direitos básicos”; e “Políticas de desenvolvimento e promoção da justiça social” – o Sul21 publicou as reivindicações na íntegra. Os pontos são desdobramento e atualização da Pauta da Classe Trabalhadora aprovada na Conferência da Classe Trabalhadora (CONCLAT) de abril de 2022, que apresentou 63 diretrizes para o desenvolvimento do Brasil, elaboradas a partir dos desafios e da perspectiva do mundo do trabalho.
Segundo as centrais sindicais, o Governo Federal já encaminhou muitas das propostas elaboradas na ocasião, como, por exemplo, as políticas de valorização do salário mínimo e de igualdade salarial entre mulheres e homens; a retomada e ampliação do Bolsa Família; e a recuperação da participação sindical nos espaços institucionais.